segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Idade avançada da frota de veículos dificulta redução da emissão de poluentes





“Os impactos no setor de transporte com a norma Euro V e proposta de alteração das leis para o uso de combustíveis mais limpos” foi o tema do segundo painel, apresentado nesta quinta-feira (20) no XIII Congresso Nacional Intermodal dos Transportadores de Cargas, realizado pela Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga (ABTC), em Maceió – AL.

A coordenadora de projetos especiais da CNT, Marilei Menezes, ressaltou a importância da adoção da norma Euro V, chamada também de P7, para o meio ambiente e para a saúde humana. Ela alertou que a implementação da norma traz uma série de impactos para o setor de transporte, entre eles o aumento de 4% a 6% no valor dos combustíveis limpos e o aumento de 5% a 10% nos custos para aquisição de novos veículos.

Menezes destacou ainda que mesmo com a adoção da nova norma, a projeção para 2020 é de aumento da emissão de material particulado, emitidos por caminhões, por causa da idade da frota brasileira, muito antiga, com média de 21 anos para autônomos e 8,8 anos para empresas. Segundo ela, os caminhões com mais de 30 anos representam 17% da frota brasileira. “A sociedade só irá sentir os efeitos da Euro 5 se houver esforços por parte do governo de adotar medidas para retirar esses veículos antigos de circulação’, disse.

O doutor em engenharia química pela UFRJ e coordenador da qualidade de derivados de petróleo e biocombustíveis da superintendência de qualidade de produtos e biocombustíveis – SBQ/ANP, Jackson Albuquerque, afirmou que a adoção de combustíveis mais limpos ainda é um grande desafio, o diesel S50, com menor taxa de enxofre, corresponde hoje a 8% das vendas por distribuidoras.

Albuquerque ressaltou que há consequências para os revendedores e grandes consumidores com a adoção do S50 e, entre elas, estão o aumento na frequência de limpeza dos tanques e troca de elementos filtrantes, treinamento de mão de obra que trabalha com o produto e aumento na frequência de drenagens.

O debate foi encerrado com a apresentação do engenheiro, mestre e doutor pela FMUSP, Paulo Afonso de André, com a afirmação de que as discussões sobre adoções de normas para que se tenha combustíveis mais limpos e, consequentemente, uma melhora ambiental, é muito importante, entretanto, é preciso ressaltar que a legislação ambiental brasileira está desatualizada há mais de 30 anos, não define limites progressivos, tem uma fiscalização deficiente e é pouco conhecida pelos legisladores ou responsáveis pelas políticas públicas.

“Precisamos refletir que o custo de não fazer nada para melhorar a qualidade do ar e da vida das pessoas é maior do que fazer e que hoje aqui nesse congresso temos a certeza que temos avançado para que algo seja feito”, ressaltou.

Fonte: Agência CNT de Notícias

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